Adelaide é mãe de seis filhos e os vê, no máximo, uma vez por ano. Além do pouco contato, a falta de notícias deles é um tormento constante. Tatiane, que já perdeu um, tem outros três, mas só recebe visita de uma filha. Sobre os outros dois, um casal, sabe no máximo que estão em um abrigo de acolhimento. Naiane também tem seis. Um deles, segundo ela própria, nem sabe que é seu filho. Outros dois negam-se a falar com a mãe. Roselaine tem
Uma menina, que teve de deixar sob os cuidados de um amigo, e está grávida.
As quatro mulheres vivem uma realidade semelhante: estão aprisionadas e sofrem com a falta dos filhos. Esse é o ponto de partida e fio condutor do documentário “Olha pra Elas” que relaciona o universo feminino ao encarceramento, a partir de narrativas de mulheres que tiveram suas rotinas transformadas quando a prisão passou a fazer parte de suas vidas. O filme mergulhará na história e na rotina das quatro mulheres e as consequências em suas famílias, que sofreram uma profunda desestruturação.
A partir das histórias das quatro mulheres, o documentário abordará também os graves problemas que caracterizam o sistema penitenciário brasileiro, com suas inúmeras carências estruturais, superlotação e condições insalubres.
Relatos das protagonistas também as graves consequências das omissões do Estado em relação ao encarceramento feminino, levando em conta muitas especificidades advindas das questões de gênero.
Há carência de material de higiene pessoal (muitas utilizam miolo de pão como absorventes internos), deficiências nos atendimentos de assistência social, psicológico e psiquiátrico e, o pior de tudo, a falta de informações sobre os filhos que ficaram do lado de fora. As histórias das quatro mulheres serão entrelaçadas no decorrer do filme, assim como de personagens secundários (outras apenadas e familiares).
A narrativa do documentário será costurada pelo método do cinema direto, observativo, com acompanhamento da rotina das personagens nas prisões, mas sem abrir mão de seus depoimentos dramáticos, com a narrativa de suas histórias. Não serão utilizados narradores. Em alguns momentos, os cineastas lançarão mão de relatos em off de situações vivenciadas.
Direção: Tatiana Sager
Roteiro: Renato Dornelles
Produtor: Tatiana Sager, Beto Rodrigues
Produtor Associado: Luca Aleverdi e Renato Dornelles
Produtor Executivo: Raquel Sager e Paola Rodrigues
Direção de Produção: Cátia Muller
Fotografia: Pedro Rocha
Edição: Luca Alverdi
Editor Assistente: Luan Ott
Edição de Som: André Sittoni
Produção de Finalização: Felipe Alvarez
Computação Gráfica: Fabrício Mena Barreto
Trilha Sonora: Everton Rodrigues
Prestação de Contas: Tanize Cardoso
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