Conheça Paralelo 30, a nova série da Panda Filmes – Entrevista com Beto Rodrigues

4 de setembro de 2017

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Na última semana, as gravações de Paralelo 30, dirigida por Fred Ruas, foram finalizadas na cidade de Porto Alegre. Confira abaixo a entrevista com Beto Rodrigues,  sócio-diretor da Panda Filmes.

Em que contexto está situada a nova série da Panda Filmes? E de que trata?

O Paralelo 30, de certa forma, está embarcando em uma onda internacional de séries urbanas que tratam de questões do cotidiano, de adultos jovens ou de adultos de meia idade com seus habituais conflitos e dilemas. Enfim, tudo aquilo que rende quando você começa a contar uma história: crises, conflitos, trampas, traições, etc. Ou seja, é a escala de valores de uma sociedade posta em cheque por personagens ambíguos, que refletem a riqueza do ser humano.

A série está toda ambientada na cidade de Porto Alegre. O que ela tem de diferencial?

Porto alegre, até agora, já produziu alguns filmes e séries que tratam do ambiente da cidade, mas nesse formato de sitcom, zombando, brincando, buscando humor nos dramas do cotidiano, com essa maneira um tanto despachada, sem fronteiras entre o politicamente correto e o incorreto (que é o que cabe nas sitcoms), ou não foi feito ou foi realizado muito pouco.

Você acha interessante explorar esse gênero sitcom?

Eu acho interessante explorar este gênero. Já vimos inúmeras sitcoms tratando do cotidiano, como Modern Family, por exemplo, uma produção que expressa tipicamente o American Way of Life, com todas as suas ambiguidades, e que apresenta a família moderna, em que há um casamento com uma enorme diferença de idade entre o homem e a mulher, um casal gay masculino que cria uma filha. Ou seja, há situações inusitadas dentro daquilo que convencionalmente se vê como normalidade ou dentro das convenções sociais. Os americanos, e os ingleses também, sabem usar muito bem esse humor, que mistura gags com o de situação. E, no Brasil, a gente tem várias produções já dentro da televisão brasileira nesse sentido, por exemplo, A Grande Família. Mas se formos pensar em produções independentes, que são realizadas fora das emissoras, a partir da iniciativa de produtoras como a Panda Filmes, temos pouco. A série, então, traz algo novo para o que hoje é considerado prioritário para as produtoras, os temas sob os quais as produtoras estão se debruçando.

Como a série está sendo produzida?

Paralelo 30 está sendo feita com muito pouco recursos. Ela é resultado do primeiro Edital da Box Brasil TV, que tem alta limitação de recursos. Então, podemos dizer que temos um low low budget.

Como é a equipe do filme?

Conseguimos trabalhar com uma equipe jovem. Apesar de ser uma equipe com uma boa experiência (com profissionais maduros), é uma equipe com grande jovialidade assim como o elenco. Houve uma química boa entre equipe e elenco durante as gravações.

Qual o resultado ao final das gravações?

A série conseguiu ser feita dentro do tempo previsto, mesmo que se tenha cortado algumas cenas. Na hora da escritura os roteiristas tem uma dimensão razoável da quantidade de texto que contém um roteiro e da quantidade de situações que contém uma história. Mas muitas vezes você não tem todo esse tempo para realizar as filmagens. E foi o que aconteceu. Então a solução é você olhar sem resistência e achar um resultado satisfatório dentro dos limites de tempo e dinheiro que se tem.