Mostra Jean Manzon é exibida hoje na sala Norberto Lubisco
12 de junho de 2014
Depois do encerramento oficial do 9º Festival Internacional de Cinema do RS, exibições extras serão apresentadas ainda para o público. Hoje (12), a exibição extra da Mostra Jean Manzon acontece às 20h, na sala Norberto Lubisco, na Casa de Cultura Mario Quintana. Serão apresentados filmes de até 10 minutos do mais famoso diretor de documentários em curta-metragem no Brasil, que chegou a produzir mais de 900 filmes, cuja marca eram as imagens grandiosas e ufanistas do país.
Após a sessão, será promovido um debate junto ao público com a presença de Beto Rodrigues, Sócio-diretor Panda Filmes e Luis Pedro C. Ferreira, Diretor de Relações Corporativas da Dana na América do Sul.
Francês naturalizado, Jean Manzon (1940-1990) foi o mais famoso diretor de documentários em curta-metragem no Brasil, tendo produzido mais de 900 filmes, cuja marca eram as imagens grandiosas e ufanistas do país. Chegou ao Brasil, em 1940, em pleno regime do Estado Novo, e iniciou sua carreira de documentarista ao realizar filmes promocionais e institucionais encomendados pelo governo, órgãos públicos e grandes empresas.
Ao longo de cinco décadas, o cineasta, que também foi um famoso fotógrafo, tendo trabalhado na Revista O Cruzeiro, acompanhou os principais passos que transformaram o Brasil agrícola dos anos 50 em uma nação urbana solidamente industrializada. Manzon revelou aspectos até então desconhecidos do país. Ele nos legou uma rica iconografia que abrange os mais diversos temas: a aculturação das nações indígenas, a peculiaridade dos tipos humanos regionais, a natureza, o crescimento das cidades, a industrialização, o carnaval, além dos problemas sociais. Em seus documentários sobre a indústria automobilística brasileira, voltam à cena imagens raríssimas, como a vida na “Cidade FNM”; a criação do Aero-Willys 2600, o primeiro veículo projetado no Brasil; o I Salão do Automóvel; os testes em Interlagos e a produção nas fábricas.
Dos onze prêmios nacionais e internacionais recebidos, alguns alcançaram as telas e críticas internacionais como: “Samba fantástico” – 1955 em Cannes, “Amazônia”– 1958 Leão de Ouro da Bienal Internacional de Veneza – “Uma canção brasileira”– 1980 Medalha de ouro na China, “Brasil terra de contrastes” – 1983 aplaudido no Lincon Center em Nova Iorque, “O novo Brasil” – 1990 “Award Festival Industrial” de Chicago pelo seu último trabalho.
O acervo de Jean Manzon é um dos maiores patrimônios cinematográficos de preservação da história e da memória no Brasil e em toda América Latina produzido por um só artista.
Na sexta-feira (13), às 20h, uma sessão ao ar livre no Parque dos Açorianos pretende finalizar a semana da mostracinematográfica com chave de ouro. Serão exibidos o filme A Imagem Que Falta (2013), dirigido pelo documentarista cambojano Rithy Panh, e a Mostra Chris Marker, que apresentará títulos do diretor francês – um pioneiro do cinema experimental, que produziu mais de 50 filmes, em que se sobressai o interesse pela natureza do tempo e o fascínio pela memória. Essa última exibição não pode ser realizada semana passada devido ao mal tempo.
Mais informações no site www.festinternacionalcinemars.com.br
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